Enfrentando o gigante (I Sm 17)
Ao meu ver, quando deu início a esta guerra, Saul se encontrava melhor e por este motivo, enquanto o rei de Israel foi para o campo de batalha, o jovem Davi retornou ao seu pai e continuava a exercer suas antigas funções (I Sm 17.15).
Completara-se 40 dias no acampamento (Chegava-se, pois, o filisteu pela manhã e à tarde; e apresentou-se por quarenta dias “I Sm 17.16”), Jessé quis saber como estavam os seus filhos que acompanhavam o rei e enviou Davi ao acampamento israelita, o jovem carregava alimento para seus irmãos (E disse Jessé a Davi, seu filho: Toma, peço-te, para teus irmãos um efa deste grão tostado e estes dez pães, e corre a levá-los ao arraial, a teus irmãos “I Sm 17.17”).
Nessa época os familiares dos soldados deveriam suprir a necessidade de enviar a alimentação, os suprimentos levados por Davi aos seus irmãos equivale a cerca de 3 dias de alimentação, conforme o registro de Champlin: “John Gill diz que essa quantidade de grãos podia alimentar dez homens por dia. Portanto, isso representa cerca de três dias de suprimento para os três irmãos de Davi”.
Na expectativa de facilitar as informações e para que Davi visse pessoalmente seus irmãos, Jessé preparou um agrado para o chefe de mil soldados (Porém estes dez queijos de leite leva ao capitão de mil; e visitarás a teus irmãos, a ver se vão bem; e tomarás o seu penhor “I Sm 17.18”).
Os dois exércitos estavam postos para a batalha quando Davi chegou, o ainda jovem se deparou com um desafio (Dai-me um homem, para que ambos pelejemos “I Sm 17.10 b”), e Davi ouviu o tal desafio (e falou conforme àquelas palavras, e Davi as ouviu “I Sm 17.23 b”), ao ouvir o insulto, Davi entendeu que o gigante estava desafiando ao Deus de Israel (Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo? “I Sm 17.26 b”), e foi em nome deste Deus que foi para a peleja (porém eu venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado “I Sm 17.45 b”).
Veja a seguir detalhes deste gigante e a vitória de Davi:
O escritor fez questão de registrar a altura de Golias (que tinha de altura seis côvados e um palmo “I Sm 17.4 b”). Cada côvado equivale a 44,4 cm, um palmo equivale a 22,2 cm. Tendo o conhecimento destas medidas, a conclusão é que o gigante media aproximadamente 2.88,6 metros. Ainda em relação a isso o Comentário Histórico-Cultural afirma: “a altura de Golias era 2,90 metros”, O Comentário Bíblico Beacon comenta: “Ele tinha mais de dois metros e oitenta centímetros de altura”.
A couraça deste guerreiro era de impressionar (e vestia uma couraça de escamas; e era o peso da couraça de cinco mil siclos de bronze “I Sm 17.5 a”). Uma nota de Champlin envolve-nos de conhecimento: “Devemos imaginar várias camadas de bronze formando uma imensa peça de metal, que pesava cerca de 5.000 ciclos de metal, ou seja, aproximadamente 56 quilos”.
Davi convenceu que Saul o deixasse guerrear contra o gigante e até ofereceu a sua roupa, Davi quando a provou viu que sua falta de prática em lutar com aquelas roupas o deixaria em grande desvantagem e por isso a tirou (então disse Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois nunca o experimentei. E Davi tirou aquilo de sobre si “I Sm 17.39”).
Observação: Davi deixou de usar as armas de Saul simplesmente pelo motivo que a couraça tirou os seus movimentos, não foi por causa de sua estatura como já falamos anteriormente, até porque, quando apresentaram Davi para tocar para o rei o apresentaram com várias qualidades, entre essas qualificações estava a de guerreiro (Então respondeu um dos moços, e disse: Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra “I Sm 16.18 a”).
Por isso, é fácil após esta análise afirmar que Davi já tinha certa experiência, é claro que não poderia ser comparada com os próprios irmãos, muito menos com o guerreiro filisteu (e ele, homem de guerra desde a sua mocidade “I Sm 17.33”).
Na hora do duelo, de um lado estava Golias que possivelmente estava sentado (E sucedeu que, levantando-se o filisteu, e indo encontrar-se com Davi “I Sm 17.48 a”). Davi tinha uma estratégia em mente, deveria manter-se distante do melhor guerreiro filisteu, para isso armou a sua funda e correu (apressou-se Davi, e correu ao combate, a encontrar-se com o filisteu “I Sm 17.48 b”).
Davi só teria uma chance para acertar o filisteu, já que estava correndo em sua direção e assim evitaria o contato físico, e o seu plano executou com excelência (E Davi pôs a mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra “I Sm 17.49”).
A ação de Davi foi tão inesperada para o guerreiro filisteu que não deu tempo nem sequer de tirar a espada para impunha-la, comprovando isto, Davi pegou a espada que ainda estava na bainha do gigante e cortou-lhe ao pescoço (e tomou a sua espada, e tirou-a da bainha, e o matou, e lhe cortou com ela a cabeça; vendo então os filisteus, que o seu herói era morto, fugiram “I Sm 17.51”).
Depois destas coisas, durante seu exílio (1.021-1.011 a.C.), Davi ganhou a espada de Golias do sacerdote Aimeleque (e lhe deu também a espada de Golias, o filisteu “I Sm 22.10 b”). Anos depois (1.004 a.C.), quando Davi foi coroado rei de todo Israel e fez de sua capital a antiga cidade de Jebus “que é atualmente Jerusalém”, pegou a cabeça do filisteu e levou para Jerusalém (E Davi tomou a cabeça do filisteu, e a trouxe a Jerusalém; porém pôs as armas dele na sua tenda “I Sm 17.54”).